Pesquisar este blog

sábado, 20 de agosto de 2011

Poesia/A espera


A ESPERA

Vagarosas horas,
Translúcidos pensamentos.
Alma itinerante sempre a buscar.
Sou filha das fortes ondas
Que se quebram no ar
Levanto-me novamente,
Retomo-me.
Sigo o mesmo ciclo.
Bravura do mar,
Viro mansidão do oceano.
Sou toque de uma corneta,
E a doçura do violino.
A imaginação me ocupa vasto espaço.
Meu mundo se resume em sorrisos.
Poucas amizades e bons livros.
Sou vacinada contra hipocrisia.
Sou malcriada se me tocam a ferida.
Abençôo o traidor.
Somos todos Judas de nós mesmos.
Matamos genuínas intenções.
Mutilamos nossa crença no amanhã.
Como cinzas jogadas ao vento,
Formamos humos na terra.
Renascemos, ainda,
Infiltrados por um tímida esperança.
O amor nos engrandece
A impotência nos diminui.
Só podemos controlar nosso pensar.
E deste, por vezes, perdemos o controle.
Esperar é acreditar numa hipótese.
E se ela me doura os olhos,
Mata minha sede e colori os meus dias,
Eu me assento na cadeira de balanço.
Espero, então, pelo que eu não sei se virá.
Talvez, venha quando eu já não esperar.


Luana Barcelos

5 comentários:

  1. Meus olhos leem seu poema num silêncio inusitado, agitado como mar falsamente tranquilo esperando a tormenta chegar... por tudo que será espero pelo que ainda não foi...

    ResponderExcluir
  2. A espera é acompanhar o bailado sensual das águas e sentir a volúpia das ondas beijando o areal em vagas de espuma...

    Beijos,
    AL

    ResponderExcluir
  3. "Talvez, venha quando eu já não esperar" Quando menos esperamos as coisas aparecem e acabam por serem bem melhores do que a espera.

    ResponderExcluir
  4. Intenso!Belo!
    Essas esperas só não podem é nos anula, diminuir frente ao outro, não jamais.

    Bj
    Fernanda Fraga.

    ResponderExcluir

Obrigada por participar deste blog.