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quinta-feira, 31 de maio de 2012

O lúdico e o mortal




Quando era criança e brincava de roda
Quando eu cantarolava cantigas de infância
Quando eu deitava no sol
E minha pele esquentava
Quando eu olhava para as nuvens
Formando dragões
Quando eu olhava as estrelas de binóculos   
E identificava o Cruzeiro do Sul
Minha alma era leve
Meu riso era fácil
O tempo roubou minha infância
Descoloriu o meu olhar
Fui procurar em qualquer forma de amor
Um arco-íris para voltar a brilhar
Mas quem não teve o que tive
Não sabe receber
Um gesto, uma flor, um beijo na bochecha
Quem não teve o que tive
Sente-se ameaçado com carinhos
Com dengos, versos e trovas
Só podemos sentir no outro
O que guardamos dentro de nós
Para os meus amigos, dou minha liberdade de ser
Para meus inimigos, a minha ausência
Tenho folhas verdes no meu ventre
Mas aprendi a deixar de ser,
Quando sou inverno
Quando sou deserto
Quando sou enfrentamento
Então agora eu me protejo
Em mim, há um universo
E ele não é fácil de administrar
Tem que ter talento
Tem que saber dançar
Um Rock pesado
Uma canção de ninar
Tem que ter a abertura do aplauso
E ousadia de jamais me enganar
A verdade não se deixa aprisionar
Por isso, toco o berrante
As assombrações passam na frente
Por isso, sou delirante
Ofereço a lucidez de presente!

Luana Barcelos Dantas 

4 comentários:

  1. Amiga, suas poesias são muito profundas, estou adorando,está valendo vir aqui te visitar, viu?

    Beijos


    Sabrina

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  2. "Só podemos sentir no outro
    O que guardamos dentro de nós"

    Perfeito. Esse seu poema me encantou. Até compartilhei no Twitter. Parabéns.

    Beijinhos.

    ResponderExcluir

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