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quinta-feira, 31 de maio de 2012

O lúdico e o mortal




Quando era criança e brincava de roda
Quando eu cantarolava cantigas de infância
Quando eu deitava no sol
E minha pele esquentava
Quando eu olhava para as nuvens
Formando dragões
Quando eu olhava as estrelas de binóculos   
E identificava o Cruzeiro do Sul
Minha alma era leve
Meu riso era fácil
O tempo roubou minha infância
Descoloriu o meu olhar
Fui procurar em qualquer forma de amor
Um arco-íris para voltar a brilhar
Mas quem não teve o que tive
Não sabe receber
Um gesto, uma flor, um beijo na bochecha
Quem não teve o que tive
Sente-se ameaçado com carinhos
Com dengos, versos e trovas
Só podemos sentir no outro
O que guardamos dentro de nós
Para os meus amigos, dou minha liberdade de ser
Para meus inimigos, a minha ausência
Tenho folhas verdes no meu ventre
Mas aprendi a deixar de ser,
Quando sou inverno
Quando sou deserto
Quando sou enfrentamento
Então agora eu me protejo
Em mim, há um universo
E ele não é fácil de administrar
Tem que ter talento
Tem que saber dançar
Um Rock pesado
Uma canção de ninar
Tem que ter a abertura do aplauso
E ousadia de jamais me enganar
A verdade não se deixa aprisionar
Por isso, toco o berrante
As assombrações passam na frente
Por isso, sou delirante
Ofereço a lucidez de presente!

Luana Barcelos Dantas 

sábado, 5 de maio de 2012

Firmamento



Majestoso sol nasce no horizonte
Firmamento renasce luz e estrelas
Ludibrio-me com um copo de água ardente
Reúno caquinhos
Faço brilhar novamente, diamante
A fé é esboço dos nossos sonhos
Ganha asas
Navega em águas turbulentas
Volta mansa com a maré
E, neste espetáculo, o tempo
Uma das estações faz brotar flores
As fases mudam
O tempo permanece
Ele é só mais uma palavra servindo o dicionário
Somos eternos no processo de prosseguir
Somos átomo, fome, sertão
Somos um em meio a multidão
Somos partido , fogo , bramido
Somos a face oculta do que ainda será
Transcendência, infinitude, eternidade
Vida abundante a imperar!



Luana Barcelos Dantas