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quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Poesia/ Metade


Desde do dia da minha loucura
Fiquei um tanto ambígua,
Meio incógnita,
Indecifrável,
Metafórica.
Encontrei outra identidade dentro de mim.
Inacessível às pessoas de bem.
Falava a língua dos anjos
Ou do diabo,
Dependendo da interpretação.
Depois, fiz uma fusão dos meus dois “eus”
Agora, tento me descodificar.
Encontrar lógica,
Fórmulas a solucionar
Quem é quem de mim,
Mas sinto falta de um pitada de insanidade.
De não saber ser absoluta.
O amor me exige um toque de bom senso.
Fico ,então, tentando me scaniar.
Ver se me encontro inteira.
E me vejo em duas partes:
Metade razão,
Metade delírio.
E assim sigo a reta exata
De um caminho sem chão.
Admiro o brilho do luar,
Quando ainda é dia,
Entrego–me a um grande amor
Sem garantias!

Luana Barcelos Dantas

sábado, 20 de agosto de 2011

Poesia/A espera


A ESPERA

Vagarosas horas,
Translúcidos pensamentos.
Alma itinerante sempre a buscar.
Sou filha das fortes ondas
Que se quebram no ar
Levanto-me novamente,
Retomo-me.
Sigo o mesmo ciclo.
Bravura do mar,
Viro mansidão do oceano.
Sou toque de uma corneta,
E a doçura do violino.
A imaginação me ocupa vasto espaço.
Meu mundo se resume em sorrisos.
Poucas amizades e bons livros.
Sou vacinada contra hipocrisia.
Sou malcriada se me tocam a ferida.
Abençôo o traidor.
Somos todos Judas de nós mesmos.
Matamos genuínas intenções.
Mutilamos nossa crença no amanhã.
Como cinzas jogadas ao vento,
Formamos humos na terra.
Renascemos, ainda,
Infiltrados por um tímida esperança.
O amor nos engrandece
A impotência nos diminui.
Só podemos controlar nosso pensar.
E deste, por vezes, perdemos o controle.
Esperar é acreditar numa hipótese.
E se ela me doura os olhos,
Mata minha sede e colori os meus dias,
Eu me assento na cadeira de balanço.
Espero, então, pelo que eu não sei se virá.
Talvez, venha quando eu já não esperar.


Luana Barcelos

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Poesia/Atitude.


ATITUDE

Apavora-me ter teu sorriso a minha sombra.
Tua língua escondida no canto da boca.
E tuas mãos cruzadas sem segurar nas minhas.

Apavora-me este teu receio
De não se deixar ocupar pelo brilho
Dos meus olhos ao te encontrar.

Somos encruzilhada de nós mesmos,
Perdidos na mesma direção.
Venha...
Se queres florir,
Sejas primavera.
Mudemos a estação!

Luana Barcelos

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Poesia/Purpurinas de Certezas


Purpurinas de Certezas.

Jogo pérolas pelo caminho,
Quem sabe meu amado me siga,
Fique rico ao me encontrar,
Vou inventando formas,
Sentidos, cores para festejar
Essa vida sem urgências,
Sem surpresas,
Nem expectativas demasiadas.
Vou seguindo nesta trilha.
De quem não está,
Estando.
E mesmo em prantos,
Sai a velejar,
Meu lema é não me perder de mim,
Bom mesmo é ganhar certezas,
Distribuí-las como confetes
E purpurinas em carnaval.
Viver é estar sempre se perguntando.
E, o amor, embora não tenha respostas.
Ele tem toda certeza!


Luana Barcelos

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Poesia/ (de)Cadente


(de)CADENTE

Nasci em qualquer canteiro,
Onde as flores bordavam sorrisos
Fui colhida na primavera.
Perfumada de aromas.
Se me desafinei, foi por amor
Desses que vem a galope.
E me debati,
Quis um norte.
Fui estrela cadente.
Iluminei teu caminho
Enquanto havia caminhada.
Agora, sou apenas ternura.
E solidão da madrugada.

Luana Barcelos

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Poesia/O encontro


O ENCONTRO


Sabes ser como tu és.
Uma rigidez feita de luz, cores e som.
Eu não vou deixar para trás essa vontade insana
De te esperar se adentrar em mim.
Quando pulas, pulas de cabeça.
Eu bem sei.
E temes se chocar com o fundo,
Voltar tonto e quase desmaiado.
Tentei te decifrar esses anos todos
Intenção minha de querer te amar melhor.
Desbravando- te,eu já me feri.
Hoje,restou-me uma bela flor.
Com ela, a minha alma eu enfeitei.
Afinal, foi no mais profundo do teu ser
Que eu me encontrei.

Luana Barcelos

sábado, 6 de agosto de 2011

Poesia/Interrogações


Interrogações.


Hoje, guardei um amargor na garganta.
Eu o sinto melindroso,
Sensível às minhas palavras,
As linhas do tempo retornaram
Como flashes.
Não há culpados.
Nós nos construímos como somos.
Quero ver a relva beijando seu lábios,
A brisa acariciando seu rosto,
E o mar massageando seus pés.
Não sabe o quão é dolorido
Eu não poder fazê-lo.
Então, duvida se o amo
Por eu tocar no passado?
E tentar interpretá-lo a mil maneiras?
Ainda não me conhece?
Preciso questionar tudo e sempre.
Não vou engolindo a vida pela vida a fora.
Preciso mastigar para deglutir.
Nunca me arrependi de tê-lo escolhido.
Você é meu cais,
Meu porto.
E meu maior abrigo!

Luana Barcelos

Poesia Infantil/ Borboleta e a Flor


Borboleta e a Flor


De todas as flores,
Havia uma diferente
Que esperava os louvores
Bem feliz e sorridente
Da borboleta colorida
Que achava esquisita
Essa tal de margarida
De esperança infinita.


A borboleta para longe voou
Foi visitar outros lugares.
Da flor, não ouviu o clamor,
Não acreditava em milagres.
Mas, num belo dia ,
Ela resolveu retornar ao antigo jardim,
Ver se ainda havia vida.
"Eis que chegou o fim
Da flor esquecida”.
Lamentou, sinceramente, o Jasmim.


Ao tomar conhecimento,
A borboleta de olhar tristonho
Perdia toda emoção.
Achava o vale medonho.
Não lembrava a própria canção.

Eis que durante a aurora,
Brotava, de repente, uma flor
De miolo amarelo,
Por ela, o sol se enamora
Transmitindo calor
Pelos espelhos do castelo.

A margarida renasceu!
E,com olhar brilhante,
A borboleta se percebeu
Mudar de cor, num momento.
E verde se tornou o firmamento.

Luana Barcelos

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Poesia/Sentir complexo



Sentir complexo.



Se escorregar,
Segure minha mão.
Nada será menor,
Nada irá desabar,
Se seus olhos me vêem.

Nossa secreta sintonia
Retumba nos nossos ouvidos.
Fantasmas de nós
Se reencarnando numa mesma vida
Rodeada de crisântemos
E certezas.

Temos a força necessária
Para ampliar a visão.
Ser aprendizes do sentir mais complexo.
E o revelar mais profundo!

Luana Barcelos